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Mostrando postagens de junho, 2015

Elegia aos Meus Romances não Vividos

Elegia aos Meus Romances não Vividos Amor, mar que dias mil eu naveguei em ríspidos, rápidos e líquidos delírios: se outrora eras tão belo e insinuante por que agora tocas-me com o lábio que fere e despudora minha carne, causando-me esta dor tão angustiante? Se em meio a teus caminhos quase inertes divergiu a minha busca, e aí mesmo, minha brusca boca enlouqueceu-se com as repetidas palavras de carinho, atiradas sem pudor e sem remorso, e sem que a alma vislumbrasse viva cor, por que não mais que de repente te despedes de minha ingênua poesia? Por que a tua essência me é estranha, e não entranhas quem em verdade sou, e alegre tu não sentes o que sinto, e triste tu não pensas o que penso, e comigo não te consubstancias? Será que confiando a ti os meus desejos, sonhei eu de um modo tão disléxico, e tão sereno, e improvisado e imbecil, que não tornei-me sequer merecedor de um dia mais a velejar teu corpo vil? Desmonte verso a verso meus poemas e desafie-me novamente a descrever com as pal...