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Mostrando postagens de março, 2011

Lúgubres Luzes

Estou vivendo um dilema. Por um lado não consigo atualizar aqui o quanto gostaria. Por questões de tempo e porque, apesar de gostar das coisas que escrevo, nunca acho que são interessantes o suficiente. Nesse ínterim, os textos vão se acumulando. Preciso achar uma maneira de contornar isso o quanto antes. Também estou achando estes textos que antecedem as poesias um pouco enfadonhos, e talvez resolva extinguí-los. Veremos. Decidi fazer algo diferente desta vez. Peço que deixem nos comentários o que essa poesia se assemelha para vocês. Por exemplo, "uma explosão", "viagem inter-esterelar"(?certo?), "cavalgada". Peço isso porque cada vez que leio, acho que fala de uma coisa. Como o ser humano é intrinsicamente determinístico, as dúvidas não fazem bem, e logo preciso dessa definição. "Lúgubres Luzes": Lúgubres Luzes Lúgubres luzes Destes espaços  Angustiantes Digam-me por que é Que me despertam Com os versos Incautos  Da tormenta Acaso vosso zel...

Reticente

Decidi postar uma das minhas coisas românticas. Sem nenhum motivo especial; não há nada nem ninguém a despertar-me romantismo por estes dias, que aliás não são tão ideais para ser um gooner . É só que do que escrevo, existe um tanto de romance (um tanto até maior do que se esperaria), e alguma hora este romance haveria de aparecer por aqui. A única coisa que precisam saber sobre minhas coisas românticas é que elas são implícitas. Reticente Quero tornar teus dias Claros e aconchegantes. Despertar as alegrias Das noites de luas infantes. Quero ser continente, Montanha de felicidade. Me diz então que sente Um grão de areia de saudade? Fala para mim que não se cabe De anseio e de emoção. Mesmo que o sorriso acabe Sem a mínima intenção. Só não use palavras concretas, Retas, certas, sem desvios. Estas são tão incompletas, E o concreto dá-me arrepios... Mas pode ser bem reticente, Imprudente, devagar. Não posso ficar mais contente, Do que ouvindo você falar. ...

Essas Minhas Sandices

Acho que de todos os adjetivos que podem ser dados a um ser humano, o que mais recebi foi louco (olha só, tá acima de bonito, há!). Uns queriam dizer outras coisas, outros queriam dizer exatamente isso. Eu mesmo digo que sou louco, embora não no sentido explícito. A verdade é que a loucura me atrai. Simplesmente. Já me proporcionou momentos cômicos e trágicos, e outros que não cabem aqui. "Essas Minhas Sandices" fala um pouco disso. É uma poesia extremamente biográfica, escrita em um momento complicado. Talvez alguns sejam cativados por ela. Senão, esteticamente também a aprecio: Essas Minhas Sandices Por que nestes momentos, Amontoado de tormentos E repleto de pensamentos, Abarrotado de sentimentos, Traduzo meus desalentos Numa sequência de sorrisos? Por que em parar eu continuo, Mesmo sem pedir licença, Atiçando a desavença Entre o peito e a cabeça? Não é isso uma loucura? Será isso uma doença? Se de longe um louco sou Perto sou mais que insano, Um doido...

Momento Musical # 3: Porcupine Tree - Time Flies

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[Em uma tradução livre] "...Nada nunca acontece  Se você não fizer acontecer  E se não puder rir, então sorria..." Essa música é especial. Imaginem que estão caminhando por lindos campos verdejantes, com um céu azulado sobre suas cabeças - serve aquela imagem do Windows XP -, com o vento batendo de maneira suave na face, e com essa música ao fundo. Só eu acho isso combustível suficiente para enfrentar a segunda que se aproxima? Acho essa música tão animadora que é o toque do meu despertador. E eu consigo acordar justamente porque cria-se a batalha na minha mente entre voltar a dormir e prestar atenção na música. Mas a música é muito boa, então eu acordo! Não precisa ser essa música, mas para quem também precisa acordar cedo, nada melhor do que despertar ouvindo uma música que gostemos muito.

Tocado em Notas Menores

"Tocado em Notas Menores" é uma poesia que marca duas mudanças para mim: do interior onde nasci para cá, e da infância para a fase adulta. Eu meio que "pulei" a adolescência, e o resultado é que hoje tenho cinquenta anos de idade para um certo conjunto de coisas, e onze anos de idade para um outro certo conjunto de coisas...  Aproveito para explicar que a falta de posts nos últimos dias deve-se ao fato de minha GPU ter esturricado, e logo estou sem PC indefinidamente. Aos gigantes, ou aos moinhos de vento, aqui vamos nós: Tocado Em Notas Menores Quando criança eu tanto sorria Em vagas horas de brinquedo Naquelas ruas de calçamento O vento sempre soprava Fazendo-me apanhar ao chão Cada ínfimo sonho Dos dias que não guardei Pode ser que de novo o tempo Resolva passar outra vez Para que eu consiga iluminar Cada gesto sem sentido Mas eu que tanto acreditava Que para tudo era só caminhar Agora caminho tão pouco E agora eu corro tanto...

Depressivo Compulsivo

"Depressivo Compulsivo" é uma poesia que reflete alguns dos maus momentos pelos quais eu já passei. É assim. A vida é salpicada com bons e maus momentos; às vezes atemo-nos aos maus, outras vezes aos bons. Sempre pensei que a gente aprende com os dois.  Uma vez já pensei que a felicidade não existia, apenas a tristeza. "Depressivo Compulsivo" data desta época. Hoje tenho uma visão diferente, embora ainda encontre vestígios de que sou um depressivo compulsivo. Sou fortemente inclinado a pensar que isso não é das coisas mais legais do mundo, e por isso eu gosto tanto desta poesia - e não estou falando de sua estética, que é outra coisa que também me agrada. "Ma peraí! Você está sendo contraditório." Não, não estou. Embora eu não goste do "estado de espírito" de que esta poesia trata, quando a leio reflito sobre as ações que tomo e que facilitam ou dificultam que eu me sinta de determinada maneira. Desta forma eu consigo perceber melhor se o que s...

Sem Descanso

Havia pretendido postar uma poesia que é um cúmulo de conforto, mas aí lembrei que ainda existem milhares de coisas tristes e infantis a serem colocadas aqui. Como sou preguiçoso , não vou ficar criando uma desordem cinematográfica, e mudei de ideia. Aproveitando esse clima de volta às aulas, vou postar uma poesia cujo título define a vida de muita gente que visita este humilde blog, e a minha também, nos meses que não são verão ou pedacinho de inverno. "Sem Descanso":  P.S.P.P. A poesia em si não tem nada a ver com isso... Sem Descanso Não adiantou relaxar No verso do teu berço Lábio do teu avesso Certeza da tua ventura Ou convite da tua mão Ainda não consigo dormir E sem dormir sei Semanticamente é  impossível Que eu consiga acordar Acorda-me com um beijo? Toca-me um arpejo De puro contentamento?

Querência

Amanhã voltam as aulas, e eu estou surpreendentemente bem disposto. Resta saber quanto vai durar - a julgar pelos semestres passados, umas duas chamadas... Volta também aquela rotina maravilhosa de ter meu sono restringido ao intervalo que vai de uma às seis da manhã; isto claro, nas noites que são reservadas ao nobre ato de dormir, que não são todas. Vou tentar atualizar o blog o máximo que der, espero que continuem lendo estes devaneios! Espero que tenham tido um bom carnaval; o meu foi muito proveitoso. Decidi postar uma poesia que me assombra durante cada segundo de vida. Com vocês, "Querência": Querência Paixão Mostra-me de uma vez,  Sem qualquer suavidade, A verdade absoluta. Se nunca cheguei  A te querer,  Como posso me perder Em só sentir Desejar-me consumir Na fogueira  Dos teus lábios?

Promessa Minha

Desconfio que falo ( escrevo ) demais... Deixo com vocês "Promessa Minha": Promessa Minha Olhe por bem Que foi que tu fizeste Para não dar conta  Da felicidade? Podes ter certeza Que um sonho não faz mal Enquanto você corre te dizem Isto não tem querer Mas e agora o quanto  Já correu Não tem jeito de voltar Deixa um pouco se esbaldar Nesse sol  Que abranda o ser E te faz sentir  Tão grata Nem que só por uma vez E pelo percurso  Que te leva Do toque até a alma Tudo é mesmo descoberta E o errado não é mal Só depende da vontade Que desperta em cada instante Dá-me então a tua mão Intento apenas te mostrar Que cada dia é gestação De um futuro bem melhor

Momento Musical # 2: Los Hermanos - Do Lado de Dentro

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"Mas o universo hoje se expandiu  E aqui de dentro a porta se abriu"

Dia Após o Outro

Tá sendo muito legal a experiência do blog, neste curto tempo. Mas a única coisa que eu tenho certeza é que meu tempo não é medido em segundos, mas em intensidade, e por isso gostaria de agradecer os comentários. Aprendi que é com a ajuda dos outros que a gente evolui, e por isso é tão importante ver o que aqueles que gosto pensam sobre o que eu coloco aqui. Mais uma vez, obrigado! Hoje postarei "Dia Após o Outro". Normalmente não revelo o porquê dos títulos, visto que em muitas poesias eles são a parte mais significativa da poesia inteira. Mas abrirei uma exceção desta vez. "Dia Após o Outro" vem sendo construída dia após o outro desde que eu tinha pouco mais de dez anos, e terminei ela logo no inicinho deste ano. Não vou revelar mais nada aqui, mas desejo que apreciem: Dia após o Outro Vivo sobre as paredes Das minhas convicções. Sinto o frenesi das escolhas, Encruzilhadas sem fim. Caminho sobre a linha De decidir em consciência Abandonar minha mente e Exaurir...

Momento Musical # 1: Lenine - O Abraço e a Lágrima

Tudo que faço é plágio, senão dos outros, com certeza de mim mesmo. Por isso anuncio o primeiro Momento Musical, que vi lá no Palotesia, que viu no Quase Tudo Quase Nada. A música é o Abraço e a Lágrima, do álbum Baque Solto, de 1983. O álbum é do Lenine, mas o Lula Cortez também é creditado. Gostaria de parabenizar a belíssima ideia (uhull! lembrei de algo da reforma ortográfica) da Talita  e do Emílio . E lá vamos nós: O Abraço e a Lágrima Ah! como ser tanta emoção Na harmonia do abraço E ser somente esse abraço Num continente de afeto O corpo completo sente Que repleto não se cabe É o coração em despejo É a lágrima em seu trajeto Que zelosa evita o lábio Para não salgar o beijo O que eu gosto em "O Abraço e a Lágrima" é que a cada vez que a leio - ou escuto, melhor dizendo - sinto um misto de emoções. Saudade, tristeza, felicidade, esperança, solidão... E o legal é que cada uma destas emoções está associada a uma situação que ela po...

O Momento Mais Triste Destes Últimos Tempos

Enfim o lado negro da força prevaleceu. Não é que não goste de poesias tristes - a tristeza possui uma beleza tremenda. Mas eu sou meio bobalhão, daqueles que querem a paz mundial e suco Del Valle de uva nos bebedouros... Portanto eu me importo que alguém sinta-se triste, e principalmente se isso for causado por algo que parta de mim, como uma das minhas poesias. Logo o receio... Essas piadas toscas são para tentar esconder que estou triste. E olha que não fico triste desde pouco antes da virada do ano - talvez o período mais longo de "não-tristeza" da minha existência. Mas hoje não aguentei. O dia foi duro. Recebi duas notícias extremamente tristes, uma das quais ainda não consegui digerir. Quase foi uma terceira, mas os hiatos terminam (Ainda bem!). O lado bom disso tudo é que, graças a um amigo meu - ex-gordo e futuro ex-careca, porém muito gente boa - eu lentamente aprendo a lidar com meus sentimentos, e acredito que essa tristeza passe, se eu a isso me propor... Na mai...

Pulsos

Postarei hoje uma das poesias que mais gosto, e explico por quê. "Pulsos" é uma das minhas raras poesias que já nascem prontas, foi escrita uma vez e não foi modificada, e isso é extremamente raro. Uma consequência disso é sua extrema verborragia. Embora não me considere um cara verborrágico, acho tal característica deveras apropriada a uma poesia rompante, como é "Pulsos". Adiciono o fato de que ela parece adquirir ritmo próprio em sua leitura, e de que ela é essencialmente ambígua. Nada melhor do que um pouco de ambiguidade para deixar a vida um pouco mais incerta, não é mesmo? Para degustação: Pulsos Sinto um pulso: intenso se expande meu peito, despede a pele e a alma Mas imóvel percebo, contente e calado, que, completo o alarde, meu peito se acalma. Sinto um cheiro vazio: nasce do ar e ratifica escuras manchas de suor. Logo um pulso maior sozinho retrai a pele e se vai a alma para fora. Ah! o corpo não que...

Soneto Acro

Essa é uma das minhas primeiras poesias. Vai-se mais de uma década; é bem diferente do que costumo escrever hoje em dia. Não que isso seja deterministicamente bom ou ruim, pois nada é. Soneto Acro Infindáveis sonhos, minhas reflexões sobre teu olhar, luz tão envolvente em meu quarto. Traduzem as paixões da minha alma, de quem vive e sente. Dentro de mim, a nostalgia e a vontade formam do ímpeto a voz e o volume. Refazem imagens sem força ou vaidade, exalando as notas do teu perfume. Murmura o vento. Menestrel das monsões que, docemente, pelas ruas se esvai. Brinda-me a esperança e, por pura bondade, faz perecer os atos e permanecer as canções. Pelos céus enegrecidos, uma estrela cai. Aduz-me o alento de saborear a saudade.