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Mostrando postagens de 2012

Noite de Chuva e Saudade

Ando querendo escrever mais, mas há outras coisas que me ocupando no momento. Nesse ínterim, deixo uma poesia de alguns anos atrás. Noite de Chuva e Saudade O sono é muito quieto Despertando inconsciente E assim permanecendo O descanso é inalcançável Continua a desprezar Os esforços incompreensíveis As frases são disconexas Metafóricas e inúteis Contínuas e incompletas Os sons são passageiros Conduzem e são conduzidos A lugares que não existem O toque é insensível Traz lembrança crua De noites solitárias A língua é impaciente Dilui épocas imensas De dúvidas etéreas Os céus são acinzentados Incontáveis e belos Nestes segundos angustiantes Os cabelos são raios alegres Negros, debochantes Da pele e da claridade Meu corpo é reflexo Dúvida e falta De um dia mais calmo.

Daquela Primeira Vez

Daquela Primeira Vez E lembrando daquele tempo, Em que havia tanta verdade Nas pessoas e nos sorrisos, Eu não consegui falar, Nem fui capaz de completar. Mas você poderia mentir, Para que eu pudesse sentir, Aquela alegria de viver? Porque na ânsia de querer, Eu soube mas não quis... E o frio voltar poderia, Deserto em meio ao calor De um sol do nascer solitário, Sem medo e sem simpatia, Mostrando a inutilidade  Desse monólogo fútil, De mais um menino vazio, Contente só de só estar? Porque com medo de chorar, Eu quis fingir e então sorri... E o que é que tem brincar Daquele velho brinquedo Que eu não guardei segredo No corpo do teu ouvido? E por que não dizer adeus, Se nestes tristes olhos meus, Eu vejo meu chão fenecer, E a tua boca se afastar? Me sentindo tão sozinho, E sem conseguir fugir... E qual a causa de não encontrar O porquê da minha solidão, De não deixar ficar assim Convicto interior do sim, Sem saber se abraço ou dou a mão? E em qual laço o meu sofrer Amarra a pele do t...

Velocidades da Vida

Velocidades da Vida A noite nos faz crer ( dada a pouca luz ) que o tempo é um troço auditivo. E as velocidades da vida me fazem perguntar se posso confiar no som.

Acerca do Frio das Noites

Acerca do Frio das Noites Sabes, Nas noites de frio Não queria o calor Dos cobertores. Queria o calor Do teu pensamento. Mesmo que não esquentasse Tanto minha pele, Esquentaria mais Meu coração! Tua presença me conforta, Mas a marca que No coração deixaste Não foi marca de conforto... Esta foi marca de saudade, E a saudade não me Esquenta. Mas a recordação Que vez em quando chega Me traz felicidade! Felicidade é saber Que o frio vem, Mas vai e deixa O calor do sentimento.

On a different kind of love

On a different kind of love My dear I tell you that we will Rise to dreams of love. For this is truly real When time stands still In the awake of our embrace, And as affection persists Adorning us with grace. So even though we miss the face How can we not insist In this yet unheard bliss?

O Que Fica não São as Palavras

O Que Fica não São as Palavras Uma PALAVRA para me definir, E a mim, todas nossas VIVÊNCIAS, É algo quase SURREAL. Um ato INCONSTITUCIONAL No CORPO da minha constituição. Eu quero BEM insensato, Que possamos sentir o GOSTO Que tem a fruta sem CAROÇO E o vapor dos LEGUMES cozidos, No AZEITE da alma mais sincera, E ao CALOR da pessoa mais cara. Pois sei que iremos ENCONTRAR A BELEZA completamente ignorante Das COISAS ruins deste mundo. E o BEIJO totalmente inconstante Na BOCA voraz e insistente Em trazer o TOQUE dissonante. Vai ver seja só eu CARENTE Sem nenhum valor SEMÂNTICO E inteiramente sem ORDEM. Mas se é um delíro ROMÂNTICO, Para mim ele é SUFICIENTE, Então peço, não me ACORDEM. É que dentro de mim há CONFIANÇA Que somos DANIEL sem cova e sem leão, Cais, CAROL e canção, ANA, céu e a lembrança Do tempo passado, a CORRER sem razão. E se uns falam que somos CHATOS, Outros dizem que somos LEAIS. E se uns acham-nos INGRATOS, Outros nos chamam LEGAI...

Sobre o Amor I

Olás! Mais um pseudo-soneto. Gosto muito da pretensão deste título! Sobre O Amor I Sobretudo meu amor será concreto Verdadeiro e vazio de todo pranto Construído pouco a pouco de afeto Evitando que se forme o desencanto Juntarei a ele todo o meu carinho E o adornarei sempre de alegria Jamais o deixarei caminhar sozinho E o recordarei com gosto  em demasia Se na vida faltar-me a fortuna Não cairá ele em qualquer cilada Dele preencherei toda lacuna Talvez assim meu amor dê nascimento Àquela que chamarei de minha amada E a quem oferecerei meu sentimento

Momento Textual #4: Carlos Drummond de Andrade - Canção Amiga

Canção Amiga Eu preparo uma canção em que minha mãe se reconheça, todas as mães se reconheçam, e que fale como dois olhos. Caminho por uma rua que passa em muitos países. Se não se vêem, eu vejo e saúdo velhos amigos. Eu distribuo um segredo como quem anda ou sorri. No jeito mais natural dois carinhos se procuram. Minha vida, nossas vidas formam um só diamante. Aprendi novas palavras e tornei outras mais belas. Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças. Uma saudação aos velhos e novos amigos!

Perpetuamente I

Então. Estava lendo um romance muito especial, e me deu vontade de escrever. Espero que gostem, se alguém ainda anda por aqui. Abraços! Perpetuamente I Quando te vejo Realça-me o rubro Das bochechas, Enquanto pergunto Se o deslize do rubro É mentira do dorso, Ou verdade Do meu coração. Incessante tento entender As palavras que a pele Vai traçando na presença Dos afagos. Aparece você em meus sonhos: Precedem-te os teus cabelos, Que reluzindo sobre os raios do sol, Parecem cachos de felicidade. Antes de acordar, Movendo-se através Dos lábios diáfanos, Escuto algo como "o tempo". Nasce em mim um desejo: Tomemos o tempo De braços dados E caminhemos juntos Pelos recôncavos De nossos sorrisos. Perpetuamente...