Daquela Primeira Vez

Daquela Primeira Vez

E lembrando daquele tempo,
Em que havia tanta verdade
Nas pessoas e nos sorrisos,
Eu não consegui falar,
Nem fui capaz de completar.
Mas você poderia mentir,
Para que eu pudesse sentir,
Aquela alegria de viver?
Porque na ânsia de querer,
Eu soube mas não quis...

E o frio voltar poderia,
Deserto em meio ao calor
De um sol do nascer solitário,
Sem medo e sem simpatia,
Mostrando a inutilidade 
Desse monólogo fútil,
De mais um menino vazio,
Contente só de só estar?
Porque com medo de chorar,
Eu quis fingir e então sorri...

E o que é que tem brincar
Daquele velho brinquedo
Que eu não guardei segredo
No corpo do teu ouvido?
E por que não dizer adeus,
Se nestes tristes olhos meus,
Eu vejo meu chão fenecer,
E a tua boca se afastar?
Me sentindo tão sozinho,
E sem conseguir fugir...

E qual a causa de não encontrar
O porquê da minha solidão,
De não deixar ficar assim
Convicto interior do sim,
Sem saber se abraço ou dou a mão?
E em qual laço o meu sofrer
Amarra a pele do teu barco
Tranquilo e salgado navegar
Em um mar sem querer estar,
Sem vibrar e sem sentir...

E é barbárie desejar,
Mais um dia a me entreter
Com os teus lábios em céu,
Doces em vinda, como puro mel,
Partindo e deixando o gosto do fel?


E será tão duro recordar
Instante por instante teu sabor,
Que ficou aqui comigo?

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