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Mostrando postagens de março, 2015

Soneto do Amor Real

Soneto do Amor Real Amo-te, antes que eu te encontre e amo-te tanto que não te amo, como ama o amor polígamo, mas como ama o amor silvestre. Amo-te porque és imperfeita, já que imperfeito sou também. Amo-te por estares satisfeita por me amares, e não outrem. Amo-te tanto, e com tal intensidade, que ao amar-te líquida eu derramo a volúpia inteira do amor real e porque quando quiseres a verdade da  unívoca razão pela qual te amo, saberás: amo-te porque és realidade.

Sete Estrofes para Sete Amigos em Ouro Preto

Sete Estrofes para Sete Amigos em Ouro Preto E conforme a lua me despertasse E minguante a saudade se fizesse O travesseiro salteou meus sonhos Com um punhado de sorrisos coloridos Da cor dos que há muito não se vêem. E conforme insinuante se mostrasse E sinuosa a rota se estendesse (Que assim também o é a vida) Meu tempo já não contava segundos: Contava intensos, e extensos, os instantes. E conforme nossas mentes mentassem Sobre a infinidade de coisas do mundo E sobre as coisas infindáveis da mente Ali, bem ali, o encontramos: Parte amigo, parte mestre. E conforme o dia passasse E o tempo resoluto se diluísse Os sorrisos faziam oferendas Às amizades já sintonizadas Em frequências de outros tempos. E conforme o violão tocasse E os versos se recitassem Os ventos sopravam lateralmente: Éramos santa e pura essência Da certeza indômita do caminho. E conforme os risos se prolongassem E as lágrimas se recolhessem Decidimos traçar outros...

Sinestesia dos números

Se poesia é jogo de palavras, tentei fazer um jogo de números =P Sinestesia dos números São vinte e três espelhos quebrados Cuja prata não mais escoa Pela face sem reação. E são vinte e sete os cachos negros Outrora fonte de desejos Que viraram recordação. Duzentos e quatro rios se esvaíram Em cento e setenta e um oceanos, Feitos de muitas promessas de amor. Mas apesar do que sentiam Veio o peso dos dezessete anos E toda a água se evaporou. Mas o vapor não moveu as máquinas E as máquinas não giraram moinhos E os moinhos se tornaram vãos. Vãos também são meus caminhos Que passam por entre as pessoas Sem que se entrelacem as mãos.