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Mostrando postagens de 2019

Amigos, redes e tardes

Amigos, redes e tardes Tarde azulada de amigos nas redes, canto de pássaros, águas que caem. A vida é mais bela numa tarde de sol quando há uma rede onde se deitar. Mas já houve tardes de perene barulho e vidas inteiras de pura dubitação - árduos momentos, e, entretanto, necessários para que desistir nunca fosse escolha. A um só fator não se deve a sorte em que hoje, contentes,nos lançamos, nem tampouco, sem incólume esforço, nas tardes de agora nos deitamos. Urgentes palpitam e nos recordam, nossos peitos, as trilhas e labirintos que nos trouxeram até aqui - que neles nunca habite, por um instante sequer, a ganância, o mal ou o ressentimento. Porque se pedíssemos a Deus uma vida melhor incapaz Ele seria de tamanho feito: já agora, em nossas almas, carregamos a ventura, o bem e um crescente contentamento.

Nós somos um verbo que insistentes conjugamos

Nós somos um verbo que insistentes conjugamos Nós somos um verbo que insistentes conjugamos em olhares austeros e beijos abnegados, angustiados, mas esperançosos por um futuro mais tolerável. É preciso ser, porque sendo amenizamos as dores que nos assolam e abafamos os sons ensudercedores que ecoam das palavras de ordem. É premente lutar, porque lutando temos força para que não nos rasguem a carne ou nos calem o grito - e porque já sabemos o que é que nos cabe se ousarmos desanimar. É urgente viver, porque vivendo nem o fantasma do ódio ou a ameaça do medo suplantam nosso amor, nem o peso do tempo é tão grande que extingua a nossa paz.

Capim-verde II

Capim-verde II Capim-verde, capim-verde pelos campos a esvoaçar! Quando os ventos são firmes, ou os dias imóveis, não causam-lhe angústia as folhas que caem, ou consome-lhe o tempo insistente  a passar? Capim-verde, capim-verde pela cidade a refastelar! Quantas brisas não te afagam, quão sereno eu não fico ao te ver balançar? E ao final, a sentir teu encanto, eu choro, mas alentas meu pranto e dissipas a dor do meu peito: que para todo mal, há um jeito, e para todo amor um lugar. Mas na vida, há que ser valente, no passado, futuro ou presente, porque para viver é preciso lutar!

Temporal

Temporal Aos raios de sol, brilhantes, não me relato, nem pelos dias, angustiantes, me deixo amedrontar. Nem mesmo os trovões me apavoram, ou são capazes as nuvens negras de me desanimar. Porque sigo assim, da vida levo, o fardo corriqueiro  de aprender e caminhar. Somente o tempo me dá medo quando corre: será que ainda descubro meu lugar?