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Mostrando postagens de junho, 2011

Soneto a Josephine

Soneto a Josephine Procuro incessante conforto. Salvação dos júbilos em flor Enquanto declamo, absorto: tu és meu verdadeiro amor Teus carinhos dentro da alma Tornam elísios os campos E fazem ressoar os cantos De uma saudade sem calma Persisto em palavras soltas Enquanto minhas mãos afoitas Te definem de início a fim No jardim das últimas horas, Contemplo a cor das auroras: quero amar você, Josephine!

Pseudo-lírica

Pseudo-lírica A fumaça me arde os olhos, já vermelhos de raiva. Talvez o vermelho erga uma parede efêmera que me afastará da verdade até hoje ignorada: A felicidade não reside aqui. Morreu a lógica, Morreu o lirismo, Morreu a arte, Morreu a música, Morreu a necessidade  e o sentido. Não morreu (ainda) A minha busca. Colho força de instantes eternos, Como o olhar de dois amantes (que não mais se verão). Sentimento não se explica, porque também não se constrói. Traduz-se em carinho. E se carinho não me falta, Tudo bem.

Até Aqui

É o seguinte: "Até Aqui" é uma linda poesia. Eu acho. Se vocês discordarem, tudo bem. Mas penso que não irão discordar. Seguindo a minha prática recente de não delongar nestes textos introdutórios, só vou dizer que é uma poesia que gostaria muito de compartilhar, e sinto que agora é o momento certo pra fazer isso. Se não há nada morto de maneira absoluta, e todo sentido festejará um dia seu renascimento, apresento-lhes "Até Aqui": Até Aqui Nos espasmos dos meus músculos Que os lábios às vezes aprontam Os que procuram sempre encontram Os detalhes mais minúsculos De cada ínfima poesia Pois houve um tempo em que a dor Dotada de um rompante torpor Fazia-me escravo da amargura E definia-me como criatura Que dançava sem sinfonia Meu corpo era uma sangria De choro a escorrer sem guia De lágrimas procurando conforto E sem encontrar, era feito morto Lançando-me à covardia Mas ao andar soprava o vento E sentia com ele um alento Que vinha regado de música Parecendo até um...

Sem Pensar

Com o final do semestre, as coisas andam apertadas por aqui... Por isso a demora em nova postagens. Posto hoje "Sem Pensar", uma poesia que gosto muito. Sem Pensar Diga-me por bem O que é que tem Decidir-me ir Sem medir o passo Ou quer dizer então Que só com a razão Poderei viver? Descarto a precaução Mas aceito um carinho Com toda a ternura... Quando é que eu vou Conseguir me encontrar Neste caos que é o medo? E quando é que eu vou Conseguir descobrir Todos os teus segredos? Se o bom-senso vem De encontro a mim Me aconselha só A evitar o desgosto... Mas eu gosto tanto  Do futuro incerto Que tua boca traz Que dizem-me que não Mas vou de peito aberto  Sem olhar pra trás

Alívio

O título explica bem. A esperar que gostem: Alívio Eu sinto um alívio Que tem gosto de orvalho Curtido em carvalho De solo maldívio É uma gota gelada De verdadeiro conforto Deixando-me absorto Na paz almejada Não vou mais a esmo Mas com passo bem certo Estou consciente e desperto Da rotina de mim mesmo