Até Aqui

É o seguinte: "Até Aqui" é uma linda poesia. Eu acho. Se vocês discordarem, tudo bem. Mas penso que não irão discordar. Seguindo a minha prática recente de não delongar nestes textos introdutórios, só vou dizer que é uma poesia que gostaria muito de compartilhar, e sinto que agora é o momento certo pra fazer isso. Se não há nada morto de maneira absoluta, e todo sentido festejará um dia seu renascimento, apresento-lhes "Até Aqui":

Até Aqui

Nos espasmos dos meus músculos
Que os lábios às vezes aprontam
Os que procuram sempre encontram
Os detalhes mais minúsculos
De cada ínfima poesia

Pois houve um tempo em que a dor
Dotada de um rompante torpor
Fazia-me escravo da amargura
E definia-me como criatura
Que dançava sem sinfonia

Meu corpo era uma sangria
De choro a escorrer sem guia
De lágrimas procurando conforto
E sem encontrar, era feito morto
Lançando-me à covardia

Mas ao andar soprava o vento
E sentia com ele um alento
Que vinha regado de música
Parecendo até uma súplica
Pra lembrar-me do que sentia

Que a dor é um ser singelo
E trazendo um novo flagelo
Traz com ele a esperança
Que é quem molda a aliança
Entre o passado e um novo dia

Nessa lida eu prossegui
E ao invés de chorar eu sorri
Descobrindo que a vida é bela
E que basta fazer bom uso dela
Para conquistar qualquer melhoria 

E dos meus desvarios silenciosos
Guardo apenas os momentos jocosos
E os gestos não intencionais
Nascidos das ânsias tão normais
De me encontrar com a alegria!

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