Desdenharte

Desdenharte

Compoho-me, amor,
de duas metades:
uma razão, outra também.
Fiz dos lugares comuns
minha realidade iniludível:
à revelia me entorpeço,
descanso e me entorpeço,
entorpeço e me descanso
e me canso de tropeçar.
Não sou capaz de oferecer
o que tão sutilmente pedes:
dou o que não tenho,
sou o que desdenho
e me esquivo de ser teu par.
Amo quem me desdenha,
mas não sei como te amar.

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