Elegia ao Inevitável
Elegia ao Inevitável Calado eu sofro os meus dissabores e choro escondido nas noites de inverno, temo ao dormir, que quando acordar ao meu lado não estejas: temo que estejas mas já não me ames mais. A cada instante chamado de meu a ti eu entrego tudo o que tenho: do meu espírito e essência impetuosamente abro mão. Sei, contudo, inevitável é que me abandones quando a juventude de outrora decidir me deixar. Mas minha gratidão é tamanha que a ti me entrego à revelia por mais que o tempo cisme dizer que não. Por mais que, sem pudor, em um dia vadio qualquer, e ao meu lado já não mais estiveres, em apenas um instante dilaceres o meu coração.