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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Elegia ao Inevitável

Elegia ao Inevitável Calado eu sofro os meus dissabores e choro escondido nas noites de inverno, temo ao dormir, que quando acordar ao meu lado não estejas: temo que estejas mas já não me ames mais. A cada instante chamado de meu a ti eu entrego tudo o que tenho: do meu espírito e essência impetuosamente abro mão. Sei, contudo, inevitável é que me abandones quando a juventude de outrora decidir me deixar. Mas minha gratidão é tamanha que a ti me entrego à revelia por mais que o tempo cisme dizer que não. Por mais que, sem pudor, em um dia vadio qualquer, e ao meu lado já não mais estiveres, em apenas um instante dilaceres o meu coração.

Capim-verde

Capim-verde Ah capim-verde! Capim-verde! Que o beijo do sol amarela, quando eu olho pela janela e vejo o céu embriagado do azul celeste mais desvelado que se encontra nos dias de Abril. Capim-verde, me respondas, reluzente, quando em ti sopra o vento Sudoeste e nos campos se retorcem calmas ondas: por que tão cruelmente tu quiseste que a mim mesmo eu contemplasse, como se o próprio tempo parasse, e com tão voraz ritmo meu peito doesse que a vida se tornasse tão indiferente?

Vinte e Nove de Outubro de Dois Mil e Dezoito

Vinte e Nove de Outubro de Dois Mil e Dezoito acordei as cores já não tinham contraste os sons já não eram audíveis os sabores já não eram sentidos os amores já não eram falados os abraços já não eram apertados e os beijos foram proibidos a realidade era inexorável mas ninguém soltava a mão de ninguém e a coragem era interminável.

Brisa da meia-noite

Brisa da meia-noite Minha alma é sucessão de afetos pulsantes, delirantes e seletos, que fazem do meu caminho coleção de anseios vívidos, vorazes e sem freio.