Sem Descanso

Havia pretendido postar uma poesia que é um cúmulo de conforto, mas aí lembrei que ainda existem milhares de coisas tristes e infantis a serem colocadas aqui. Como sou preguiçoso, não vou ficar criando uma desordem cinematográfica, e mudei de ideia. Aproveitando esse clima de volta às aulas, vou postar uma poesia cujo título define a vida de muita gente que visita este humilde blog, e a minha também, nos meses que não são verão ou pedacinho de inverno. "Sem Descanso": 

P.S.P.P. A poesia em si não tem nada a ver com isso...

Sem Descanso

Não adiantou relaxar
No verso do teu berço
Lábio do teu avesso
Certeza da tua ventura
Ou convite da tua mão

Ainda não consigo dormir
E sem dormir sei
Semanticamente é impossível
Que eu consiga acordar

Acorda-me com um beijo?
Toca-me um arpejo
De puro contentamento?

Comentários

  1. Oi Sadraque! Claro que me lembro do aluno desengonçado [por sua altura], sempre um grande colaborador das minhas aulas. Meio sem querer abri o e-mail do CEFET hoje e encontrei sua mensagem. Preciso lhe dizer que me deixou imensaamente satisfeita por dois motivos: a criação do seu blog e por ter sido a atividade do fanzine [a qual nem completamos pelos meus problemas familiarea da época] a desencadeadora de todos os seus desejos e necessidades de se expressar pela escrita. Ainda não li todo o blog porque queria lhe responder rapidamente, mas o que já conferi aqui me deixou muito feliz! PARABÉNS! O endereço está em meus favoritos. Dê notícias sempre, estamos em contato...
    Forte abraço!

    ResponderExcluir
  2. Uau, Sandraque! Nanda me passou hoje seu blog e fiquei muito bem impressionada com suas poesias...O efeito dos jogos de palavras na primeira estrofe deste poema chamou minha atenção.
    Parabéns pelo blog, pelos poemas, pela sensibilidade e pelo direito que se deu de ser dramático (sou bastante assim, só preciso assumir isso como direito tb).
    Grande abraço
    Marta Passos
    (Profa. de Português e Literatura do Cefet-MG)

    ResponderExcluir
  3. Estou muito feliz que tenha conseguido ler o e-mail, Fernanda. Escrevo poesias desde os nove, dez anos, mas foi a atividade do(a?) fanzine que despertou novamente em mim a vontade de escrever mais frequentemente. É onde coloco as coisas que sinto, aprendo e reflito sobre. Muito obrigado por tudo!

    Agradeço o elogio Marta. Confesso que também gosto muito do jogo de palavras mencionado, especialmente porque ele não é puramente estético. Entretanto sou suspeito para falar... E pesando tudo na balança, o que seria da vida se não existisse o drama? Uma experiência bem menos interessante. Penso que o importante é lembrar que apesar do drama, cada dia nos oferece um pouco de comédia, a fim de que possamos rir.

    Agradeço muito as visitas, e espero que voltem sempre!

    ResponderExcluir
  4. Eu que agradeço Sadraque! Você não tem ideia do quanto é importante para um professor ouvir isso. E voltando ao blog... quem disse que pessoas felizes contribuem com o mundo? Rs
    Tristeza, drama, desilusões; todos estes sentimentos tem uma grande beleza em sua própria escuridão, gostei muito de "O Momento Mais Triste Destes Últimos Tempos" e da análise da música "O abraço e a lágrima" do Lenine[grande futuro como crítico].

    Abraços!

    P.S.: Estou indicando o blog, ok?

    ResponderExcluir
  5. Concordo que todos estes sentimentos possuem uma beleza única, mas, no fim das contas, todos correm atrás da mesma coisa: a felicidade. Entretanto não fui feliz todos os dias da minha vida, e logo nem só disso tratam minhas poesias.

    Quanto à análise, é fácil quando quem escreve o que será analisado é alguém como o Lenine, e apesar do elogio, prefiro apostar nas minhas chances como engenheiro!

    Agradeço a indicação do blog! Afinal de contas, quem escreve é porque deseja que alguém leia, não é mesmo? Aproveito e indico para leituras e reindicações o "Quase Tudo, Quase Nada", e o "Palotesia", que estão logo ao lado na Minha Lista de Blogs.

    Abraço!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Nós somos um verbo que insistentes conjugamos

Amigos, redes e tardes

Capim-verde II